sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ONG muda a vida de jovens



Projetos sociais que envolvam manifestações culturais são importantes para resgatar os jovens da marginalidade. O Gurpo Cultural Azulim é um exemplo disso. Surgiu há 16 anos com a iniciativa de sete rapazes que faziam parte de um grupo que era conhecido em Sobradinho II como “A Gang dos Azulins”. Hoje, essa ONG tem como principal objetivo “diminuir a exposição do jovem a situação de risco através da cultura”, disse o coordenador de recursos humanos, Darley César de Jesus.

Atualmente, o grupo Azulim tem diversos projetos inseridos na comunidade, como o de Inclusão digital – Web Design e informática básica. E ainda artes como o grafite, artesanato, desenho, dança e capoeira. Os jovens também participam de terapia iniciativa do projeto “Fala Jovem”. “É uma roda de bate-papo onde os jovens podem se expressar da maneira que quiserem”, conta Darley. Os trabalhos também envolvem oficinas de dança de rua e músicas com DJ´s.

O grupo, com sede em Sobradinho II, trabalha atualmente com 270 crianças de 7 a 17 anos, 150 jovens de 18 a 24 anos e ainda conta com a participação de 120 senhoras de 25 a 70 anos. Alguns projetos recebem apoio do Governo Federal através do Ministério da Cultura, Ministério da Ciência e Tecnologia, entre outros. E ainda, tem o patrocínio da Caixa Seguros que apóia o projeto “Jovem de Expressão”, que entre muitas atividades, tem como principal objetivo tirar os jovens, de 18 a 24 anos, das ruas por meio do Hip-Hop. A ONG ainda tem uma filial em Ceilândia, onde outros projetos são desenvolvidos com a comunidade local.

O grupo desenvolveu diversas ações sociais que vão de doações de alimentos até campanhas contra as drogas: 1994 – 1ª Campanha Contra as Drogas e Violência em Sobradinho II; 2000 - Campanha Natal sem Fome; 2002 – Paz Nas Escolas, entre outras. Trabalhos como esses são importantes para que a sociedade entenda que iniciativas culturais modificam a vida dos jovens das periferias, afirma Darley.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fala Garoto: Venha dançar com os Magrelos Cowboy's & Cowgirl's

Ei você!Renove com excesso, dance com moderação o mundo se renova o tempo todo, você também, o 'Magrelos Cowboys e Cowgirls' está diferente, mais atual. E ainda assim seu elenco continua quase o mesmo, exatamente como nós queremos e que apesar de tantas mudanças permanece com a mesma essência: livre e humilde. Por isso faça sua escolha, se escolheu dançar, dance com moderação sem stress. Essa é só uma opção, toda opção trás mudanças, pense nisso: o momento é esse. Experimente a música sertaneja e country, é só uma questão de adaptação.

Dos magrelos cowboys e cowgirls a todos os que prestigiam o grupo e os amigos

Assinado: Marquinho magrelo...o tigrão.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cultura, sinônimo de qualidade de vida

Os movimentos culturais de Sobradinho II têm espaço garantido na agenda de eventos da cidade. Em homenagem a seus 20 anos, o local recebeu diversos famosos, como - Chico Rei e Paraná, Gian e Giovani. Movimentos alternativos participaram do 2º desafio de B. Boys – onde duas duplas se enfrentam no campeonato de dança, que contou com 34 duplas, do Distrito Federal. Também estiveram presentes o grupo Tropa de Elite e Dj Jamaika, entre outras bandas que fizeram parte da programação dos oito dias de comemorações ao aniversário da satélite.

Segundo o Chefe de Gabinete da Administração Regional da cidade, Walter Sales Leite, a administração apóia essas mobilizações culturais que são muito importantes para tirar o jovem da marginalidade.  Hoje, os jovens de Sobradinho II participam de projetos como, o Grupo Cultural Azulim e o Projeto Picasso não Pichava, que são relevantes para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. “Eles buscam interagir nesses grupos e acabam saindo dessa questão da criminalidade, deixam de estar ociosos nas ruas a mercê das drogas e dos traficantes”, disse.

A administração irá promover um campeonato de dança, com premiação de R$ 5.000 para os três primeiros colocados, que irá promover a interação entre vários grupos culturais. Prevista para o início de novembro, o projeto espera a participação de pessoas de  todos os seguimentos de dança das cidades do DF.

Confira no podcast o que o Walter fala sobre o campeonato de dança.


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Especial Móveis Colonais de Acajú

O Blog IpêrCult conseguiu uma exclusiva com a banda de rock brasiliense que depois de muito tempo perambular na cena underground de Brasília, neste ano lança seu segundo CD e concorreu como melhor banda de rock no Video Music Brasil da MTC.

Confira a entrevista com a banda e aproveite as dicas que os integrantes deram para as bandas independentes que estão começando a divulgar o seu trabalho em Brasília.

Enfim uma banda de rock brasiliense

Nos tempos de Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Raimundos ouvir rock de qualidade tinha endereço certo: Brasília. Em cada canto da cidade era possível participar desde uma pequena reunião de amigos e violões debaixo de um bloco no Plano Piloto, quanto grandes shows apadrinhados pelos estudantes da UNB (Universidade de Brasília). Mas o tempo foi passando, o volume diminuindo, e atualmente em Brasília ouve-se de tudo, mas pouca coisa de rock.

Na contramão deste cenário nasceu o Móveis Coloniais de Acaju, que recentemente lançou o seu segundo CD, “C_MPL_TE” (Complete), de uma forma diferente: disponibilizou o disco para download gratuito no site da produtora, a Trama. Segundo Fábio Fuji, produtor da banda, em menos de uma semana em que disponibilizaram o disco na internet, conseguiram contabilizar sete mil downloads. “O número de pessoas baixando o CD ultrapassou o número comprou o disco anterior. Por isso usamos a internet a nosso favor”, acrescentou Fuji.

Com nove integrantes a banda suou bastante para conseguir o seu espaço no cenário cultural de Brasília. Segundo Eduardo Borém,gaitista e tecladista, antigamente o Móveis fazia a maioria dos seus shows na capital federal, agora são apenas a quatro ou cinco apresentações por ano.

A banda de garotos de Brasília nascidos em outros Estados brasileiros, concedeu uma exclusiva ao IpêrCult para mostrar o “caminho das pedras” para as bandas independentes da cidade e contar as aventuras desses 10 anos de carreira. Com vocês Móveis Coloniais de Acajú!

IpÊrCult: Como surgiu a idéia de montar uma banda tão ampla e com um nome tão atípico?

Móveis Coloniais de Acajú: Na verdade nunca foi nossa intenção montar uma banda para ganharmos dinheiro e vivermos disse. Éramos apenas amigos de colégio, onde cada um sabia tocar alguma coisa e nos encontrávamos para tocar e tudo mais. Uma coisa era certa, estávamos juntos para nos divertirmos. A diversão era o nosso mote, não tínhamos nenhuma pretensão de ser uma grande banda. Nossa formação inicial tinha seis integrantes, e dessa formação só ficou o Eduardo Borém (gaitista e tecladista) e o André (vocalista).

Nosso nome é bem esquisito, como também é a nossa formação. Escolhemos este nome com o intuito de prestar uma homenagem à Revolta do Acaju, que acontecer em meados do século XVIII. Nesta época índios e portugueses se juntaram para tomar de volta a Ilha do Bananal da Coroa Britânica. Durante tal confronto, vários móveis feitos de madeira acaju mongnole foram destruídos, dando o nome a revolta.

IPC: Qual a principal influência de vocês?

MCA: Nossa, somos 10 integrantes contato com o Fuji, nosso produtor. Falar da influências dos 10 é difícil (risos). Bem, é claro que temos nossas bandas preferidas que ditam nossos gostos. Tem um que gosta de Djavan, Marisa Montes e não gosta de Beatles. Já outros que adoram Beatles e não suportam Marisa Monte, entende?! O mais interessante é que somos muitos que gostamos de várias coisas diferentes um dos outros, mas nos damos super bem e sabemos fazer com que nossas influências se convergerem e dar um ótimo som, que é o som que o Móveis produz. As pessoas gostam da nossa música por causa disso, da mistura de ska, rock e MPB que colocamos nas nossas músicas.

Como sobreviver em Brasília

IPC: No começo vocês encontraram espaço em Brasília para divulgar a banda?

MCA: (Silêncio) Olha, é claro que a gente encontrou dificuldade, como toda a banda no início enfrenta dificuldades. Nós lutamos muito é claro, mas nós concordamos que isso faz parte do processo até você conquistar o seu próprio espaço. No início nós tocávamos desde formatura de escola de inglês, sabe, até em aniversários, churrasco de faculdade, etc. Então a gente sempre esteve correndo atrás do nosso espaço e se fazendo presente para que fossemos reconhecidos.

Houveram dois marcos na nossa história que também exigiram da banda uma postura mais profissional. Nós corríamos atrás do nosso espaço, mas também a hora que o conquistamos vimos que precisávamos dar um aspecto mais profissional para a banda e tomar uma postura mais séria, como uma banda que já tinha cativado um público. São eles: o primeiro Porão do Rock de Brasília, em 2000, e o Brasília Music Festival (BMF) em 2003.

O BMF exigiu da gente um profissionalismo que a não tínhamos. Em uma semana tivemos que arrumar equipe com técnico de som, iluminador, técnico de luz e um produtor. Foi aí que o Fabrício Fuji começou a trabalhar conosco, porque o produtor do festival nos disse que não negociava com músico, somente com o produtor. Ai nós vimos que estávamos muito perdido e que precisávamos elevar a banda a um nível mais profissional.

Hoje nós somos uma empresa, temos até CNPJ e tudo, porque produzimos os nossos shows e temos todos os profissionais necessário para a montagem e produção de um show. Viajam ao todo, contando com os integrantes, 15 pessoas. Então...pra chegar a esse nível, tivemos que ralar muito, o que não deixa de ser normal.

IPC: O espaço e apoio cultural para produção e apresentação de banda independente em Brasília é mais ou menos favorável do que na época em que a banda surgiu?

MCA: É mais porque agora, todo ano, nós realizamos o projeto Móveis Convida, onde nós tocamos com bandas independentes, ou que estão surgindo agora na cidade. (Risos) É claro que não somos os únicos a incentivar essa produção, mas nós temos esse papel importante, de incentivar, ou mostrar o caminho das pedras, ou mostrar de perto o nosso trabalho para que Brasília veja que tem capacidade de formar bandas de altíssimo nível musical. Nós somos preocupados com a cultura local e é difícil encontrar uma banda que tenha essa postura hoje em dia. Temos uma importância para a cultura musical brasiliense e por isso sabemos que temos que ajudar a gerar um pouco mais esse mercado.

A internet até que ajuda um pouco essas bandas a mostrarem o seu caminho, mas não é ainda tão eficaz no Brasil como é no mundo a fora. Ainda não existe um mercado independente forte aqui, como tem nos outros países, esse mercado ainda tem muito pra crescer. Mas é claro que existe muito espaço para as bandas independentes na internet, isso é certo.

Música na Internet e turnê na Europa


IPC
: Por que lançar o novo CD primeiro na internet e como vocês descrevem esse novo álbum?

MCA: Nosso antigo álbum já estava na internet, mas ele não foi lançado nela. A Trama é muito importante nesse segundo disco, porque ela também acredita no dowload gratuito e com isso criamos uma parceria muito importante.

O download gratuito, assim como a internet, é uma nova forma de alcance e divulgação da música. A gente chegou nesse conceito percebendo como nós mesmos interagimos com a música – que é principalmente pela web.. Não dá pra negar, todo mundo baixa música. Nunca se ouviu tanta música como hoje.

Em apenas uma semana quem lançamos o álbum, o número de pessoas que fizeram download ultrapassa o número que compraram o nosso antigo disco. Nós já temos sete mil downloads, praticamente mil por dia.

No início da banda o Andre foi chamar o Borém pra banda, logo depois dele emprestar duas fitas pra o André de umas bandas que estava ressurgindo o swing nos EUA, que ele tinha baixado pelo hotline na internet. Depois de escutar o André veio e disse: “Caramba é isso mesmo que eu estava querendo pra banda, mais ou menos esse estilo”. Então a nossa própria experiência musical é embasada nos downloads da internet, e não podemos ser hipócritas com isso.

O principal desse álbum foi o processo mais colaborativo que ele teve. Todo mundo trabalhou junto, todos ajudaram. As músicas foram compostas todas em grupo, isso é o importante porque é o diferencial da banda. Além do mais, o disco tem esse nome porque acreditamos que o disco só é completo, quando as pessoas escutam ou vão ao show, completando assim o ciclo de abrangência de um CD.

IPC: Como foi a turnê que vocês fizeram na Europa no ano passado

MCA:
Primeiro a Europa foi muito importante pro segundo disco, porque foi lá vimos e escutamos um monte de referências que contribuíram para a criação do segundo disco. E o mais legal foi ter a certeza de que a nossa música funciona independente da língua. Foi uma coisa que abriu muito os nossos horizontes. Nós tínhamos muito medo disso.

Ao mesmo tempo foi muito normal, porque as reações das pessoas foram iguais daqui do Brasil. Um bando de gente pulando e dançando e estando feliz por estar curtindo a música. Todo mundo suado porque dançou e pedindo bis. Nós até ficamos em dúvida sobre o bis e todo mais. Nós questionávamos: “Ah será que aqui é normal pedir bis? Será que é correto nós voltarmos para tocar de novo?”. E em todos os shows o pessoal pediu bis.

Tudo pela dança

O grupo de dança os Magrelos Cowboys e Cowgirls já está na estrada há mais de 10 anos. Natural de Sobradinho, ele foi criado a partir da iniciativa de três motoboys, que deram a idéia a mais dois amigos: um militar e um cabeleleiro. Hoje, o grupo ainda faz sucesso nas festas da cidade e conta com dez dançarinos. Pessoas que procuram na dança uma forma de prazer e bem estar.

O grupo atualmente ensaia no Ginásio de Esportes da cidade, as terças e quintas das 20h às 22h. Não recebe nenhum tipo de apoio financeiro ou governamental. Mas, uma de suas maiores características é que ele recebe qualquer pessoa que tenha interesse na dança. “Só é necessário saber dançar se quiser participar das apresentações”, disse o coordenador geral do grupo Marcos Moura, conhecido como Tigrão pelos integrantes do grupo.

Tigrão, 47, afirma que já fizeram diversas apresentações nos grandes eventos de Sobradinho, mas que nunca ganharam cachê. “Nunca nos apoiaram, só nos convidam para dançar e dão atenção”, conta.

Marcos leva a dança como entretenimento, uma maneira de controlar o estresse mental e físico. “Quando estou dançando sinto alegria, prazer, divertimento, contentamento”, relata.

O estudante de Educação Física, Klever Monteiro, 25, ex-integrante do grupo, frequenta alguns ensaios. Acredita na dança como meio de melhoria na qualidade de vida. E admira o trabalho do grupo. “O Magrelos é um grupo que tem pessoas companheiras, esforçadas que correm atrás de seus objetivos”, disse.